quinta-feira, 28 de abril de 2011

Da vida, dos sonhos!









Sonhar é viver,
Viver é ilusão...
E é por isso que eu vivo
Iludido
Comigo mesmo...









Morais Oliveira...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Modernidade.




















Eu cansei de inventar de inventar
O meu mundo.
Além do mais, há décadas, eu parei...
Ou será que foi a máquina...?










Morais Oliveira...

domingo, 24 de abril de 2011

Páscoa.


























No Pretório iniciou-se a caminhada:
Nas costas, Ele carrega o peso dos pecados do mundo;
Nas chagas sagradas
A carne e o sangue, que são vida;
No coração o Amor incondicional.

A dor de ser Rei com a Suma coroa de espinhos...
Insultos do povo, pelo qual deu a Vida...
O Amor de mãe que não se faz morrer...
A fé no cumprimento das escrituras...
És Semente milagrosa do Perdão Divino...

No Calvário: as pancadas que atam pulsos e pés.
Braços abertos, olhos eclipsados, peito aberto,
Perdão a quem lhe tirou a vida, medo de está sozinho.
Três dias depois...
Ressurreição da carne e do sangue, que são vida...










Morais Oliveira.

A vós correndo vou, braços sagrados
























 A vós correndo vou, braços sagrados,
 Nessa cruz sacrossanta descobertos,
 Que, para receber-me, estais abertos,
 E, por não castigar-me, estais cravados.

 A vós, divinos olhos, eclipsados
 De tanto sangue e lágrimas abertos,
 Pois, para perdoar-me, estais despertos,
 E, por não condenar-me, estais fechados.

 A vós, pregados pés, por não deixar-me,
 A vós, sangue vertido, para ungir-me,
 A vós, cabeça baixa p‘ra chamar-me.

 A vós, lado patente, quero unir-me,
 A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
 Para ficar unido, atado e firme.










Gregório de Matos.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Diário de um brasileiro (des) marginalizado.










Três anos depois...
           

Não é fácil organizar movimentos de protesto, no duro. A gente tem que correr atrás de um monte de pessoas e, na maioria das vezes, poucas pessoas querem ir. Eu gasto todo o meu tempo livre fazendo estes movimentos pacíficos de protesto. O que mais desanima é que não tem muitos resultados. Além de a gente apanhar pra caralho daquele bando de filho da puta da polícia. Aquele bando de pau mandado não muda nunca, sempre estão a serviço do “bem comum,” se é que me entendem.
Eu conheci um cara bem legal e tudo, fora de brincadeira. Ele é meio metido à intelectual e estas coisas aí. O nome dele é Maurício. Ele me deu a droga de um... Não eu não acho que livros sejam mais drogas, isto mesmo, ele me deu um livro para ler. Antigamente eu ia dizer, com certeza: ele me deu a droga de um livro para ler, mas hoje não penso mais assim. Os livros são instrumentos capazes de transmitir informações necessárias, tem outras formas, é claro, mas o livro é uma das mais confiáveis. Bom como eu ia dizendo, o Maurício me deu um livro sobre a história do Che Guevara. Eu procuro me espelhar no que aquele homem fez, mesmo sabendo das dificuldades para se fazer o mesmo aqui no Brasil.
O Maurício me apóia bastante em minhas manifestações. Mas é difícil aguentar bala de borracha e gás de efeito moral em toda movimento. Mas ele me dá forças e eu não desisto mesmo. O meu amigo intelectual me disse uma coisa sensacional, ele disse umas palavras bonitas e tudo: “Tudo quanto é vivo carrega em suas costas a morte!” ele me explicou o sentido disto. Maurício quis dizer que tudo que começa um dia acaba. Eu acho que aquele bando de safados, eles mesmo: policiais, juízes, promotores, deputados, senadores, governadores; eu acho que esta corja pensa que vão continuar com esta corrupção e tráfico para sempre. Eu estava pensando em escrever uma carta para eles dizendo a frase do Maurício. Mas eu não tenho o endereço deles; podia mandar um e-mail, mas não tenho computador e o meu dinheiro não dá pra eu acessar nem meia hora numa lan house.
Outro dia fomos fazer um protesto pra aumentar o salário dos professores. Fomos praticamente massacrados pelos filhos da puta dos policiais. O engraçado é que o trabalhador, aqui no Brasil, ganha um salário miserável, mas as drogas dos deputados e senadores estão sempre querendo aumentar os seus salários e diminuir o salário de vereadores, funcionários públicos aposentados. E os merda destes filhos da puta de legisladores e executores falam sempre em cortar custos. Isso me irrita e acho que deve irritar muito de vocês também. Se eles querem tanto cortar custos por que não diminuem os seus salários?
Outro dia eu fui visitar a mulher de um amigo meu. Este meu amigo estava tentando abrir uma cooperativa de catador de lixo. Os dois primeiros projetos foram desaprovados pela droga do banco. Mas este meu amigo não desistiu. Ele ficou oito anos tentando e só foi conseguir este empréstimo depois que entrou na presidência da república um operário. Este meu amigo foi morto e foi este o motivo da minha visita. O Cláudio, este era o nome do meu amigo, foi reclamar de uma empresa que estava jogando detritos dentro de um rio, onde as crianças costumavam tomar banho e se divertir. Ele foi à imprensa, fez protesto com os moradores. Na primeira oportunidade dois policiais filhos de uma puta mataram o Cláudio. Deram a mesma desculpa de sempre: “Eu tive que atirar, ele estava mirando um revólver pra mim!” arrumaram até um revólver lá. Eles sempre dão o jeito deles.
Sinceramente, eu, José Batalha, não acho que nosso país tenha muita liberdade de expressão não. Ora, aqui você não pode falar nem a verdade que já te mandam pra um buraco, quanto mais falar o que quer. O pior é que algumas emissoras de Televisão (quase unanimidade) estão ao lado destes cretinos. As emissoras se dizem livres, mas na verdade, elas nunca mostram todos os lados da história; maquiam as informações para a gente pensar que quem estão errados são os sem terra, sem teto, sem comida, etc. Sempre quem se fodem nesta merda de país são os pobres. Então como se tem liberdade de expressão em um país em que até a imprensa está comprada pelos corruptos lá do congresso?
Eu o Maurício estamos tentando dá um jeito de trazer algum projeto bacana do Governo Federal pra aqui na comunidade. Mas o negócio é que as merdas dos governadores roubam metade da verba, aí o prefeito vai e rouba a metade do sobrou, o que sobra é aplicada só a metade porque tem as “despesas” para implantar o projeto numa comunidade como a nossa. Uma vez teve uma menina que veio trabalhar aqui. Eu perguntei a ela porque que a merenda dos meninos que deveriam dá para seis meses, dava apenas para duas semanas. Ela me disse um bocado de coisas, mas o que mais me interessou foi quando ela disse: “Aqueles ladrões roubam toda a verba que devia ser aplicada aqui.” Eu gostei das palavras, ela dizia isso com um sentimento de raiva e vontade de justiça.
O meu amigo Maurício me coligou, ou qualquer nome assim, em um partido político aí. Ele disse que vai me candidatar a prefeito desta merda de cidade. Mas eu achei a ideia uma babaquice. Eu nunca que vou ganhar as eleições deste ano.  Mas mesmo assim eu aceitei a proposta dele. O Maurício tem até uns amigos estudantes que estão dispostos a entrar nessa comigo, no duro. Vão fazer um movimento estudantil para me apoiar. Tomara que dê certo mesmo. Afinal, ultimamente andam elegendo até palhaço, digo humorista. Deixa isso pra lá, o que importa agora é a minha campanha. Eu vejo nas portas, do pessoal daqui da comunidade, o meu retrato: José Batalha, A mudança tem que começar. Este foi o slogan que arranjaram pra mim. Foi o pessoal lá do Maurício, achei bonito e tudo, gostei mesmo, não tem frescura, nem nada.
Eu estou aqui em cima do palanque o povo gritando o meu nome. Todos depositam em mim a esperança de ver nossa cidade melhor, com verdadeiras mudanças e melhoras em todas as comunidades carentes. Eu vou fazer tudo, possível e impossível para mudar de verdade este cenário e tudo, no duro. Agora eu não posso mais dizer nada aqui, pois está na hora do meu discurso. Mas eu digo que devemos dá confiança a todos, pois a mudança tem que começar, de verdade, no duro.            












Amauri Morais...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ao Trovador, Os Versos!







Aos néscios, que em animálias,
Intentam figurar os nobres guerreiros,
Aqueles ignóbeis, que não fazem mais
Do que agir,
Eu deixo a última fagulha
De sorriso de minha humilde sabedoria.

E se meu peito abre a chaga disforme,
Sangra, puro líquido da vida,
Nada temo, nada me amedronta:
Somente com sangue, e muito,
É que se fazem as grandes conquistas.
Coragem é preciso: eu a tenho, e tu que tens?









Amauri Morais.

sábado, 9 de abril de 2011

Sonhar sentindo.






















Êxtases, sonhos, noites:
Treva inválida, esperança dissonante, torpor doentio.
Sorte descarada a nossa de sentir:
Simplesmente não sentimos; ou não tardamos a sentir.
Eu penso a noite em meu humor melancólico,
Mas vivo os sonhos doentes de ontem,
E os que vou sonhar adiante.   









Morais Oliveira.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Nego Drama.

























Nego drama,
Entre o sucesso e a lama,
Dinheiro, problemas,
Inveja, luxo, fama.

Nego drama,
Cabelo crespo,
E a pele escura,
A ferida, a chaga,
A procura da cura.

Nego drama,
Tenta ver
E não vê nada,
A não ser uma estrela,
Longe meio ofuscada.

Sente o drama,
O preço, a cobrança,
No amor, no ódio,
A insana vingança.

Nego drama,
Eu sei quem trama,
E quem tá comigo,
O trauma que eu carrego,
Pra não ser mais um preto fudido.

O drama da cadeia e favela,
Túmulo, sangue,
Sirene, choros e vela.

Passageiro do brasil,
São paulo,
Agonia que sobrevivem,
Em meia as zorras e covardias,
Periferias,vielas e curtiços,

Você deve tá pensando,
O que você tem haver com isso,
Desde o início,
Por ouro e prata,

Olha quem morre,
Então veja você quem mata,
Recebe o mérito, a farda,
Que pratica o mal,

Me vê,
Pobre, preso ou morto,
Já é cultural.

Histórias, registros,
Escritos,
Não é conto,
Nem fábula,
Lenda ou mito,

Não foi sempre dito,
Que preto não tem vez,
Então olha o castelo e não,
Foi você quem fez cuzão,

Eu sou irmão,
Dos meus truta de batalha,
Eu era a carne,
Agora sou a própria navalha,

Tim..tim..
Um brinde pra mim,
Sou exemplo, de vitórias,
Trajetos e glorias.

O dinheiro tira um homem da miséria,
Mais não pode arrancar,
De dentro dele,
A favela,

São poucos,
Que entram em campo pra vencer,
A alma guarda,
O que a mente tenta esquecer,

Olho pra trás,
Vejo a estrada que eu trilhei,
Mó cota
Quem teve lado a lado,
E quem só fico na bota,
Entre as frases,
Fases e várias etapas,

Do quem é quem,
Dos mano e das mina fraca,

Hum..

Nego drama de estilo,
Pra ser,
E se for,
Tem que ser,
Se temer é milho.

Entre o gatilho e a tempestade,
Sempre à provar,
Que sou homem e não covarde.

Que deus me guarde,
Pois eu sei,
Que ele não é neutro,
Vigia os rico,
Mais ama os que vem do gueto,

Eu visto preto,
Por dentro e por fora,
Guerreiro,
Poeta entre o tempo e a memória.

Hora,
Nessa história,
Vejo o dólar,
E vários quilates,

Falo pro mano,
Que não morra, e também não mate,

O tic tac,
Não espera veja o ponteiro,
Essa estrada é venenosa,
E cheia de morteiro,

Pesadelo,
Hum,

É um elogio,
Pra quem vive na guerra,
A paz nunca existiu,
Num clima quente,
A minha gente soa frio,
Vi um pretinho,
Seu caderno era um fuzil.

Um fuzil,
Negro drama.

Crime, futebol, música, caraio,
Eu também não consegui fugi disso aí.
Eu so mais um.
Forrest gump é mato,
Eu prefiro conta uma história real,

Vô conta a minha....

Daria um filme,
Uma negra,
E uma criança nos braços,
Solitária na floresta,
De concreto e aço,

Veja,
Olha outra vez,
O rosto na multidão,
A multidão é um monstro,

Sem rosto e coração,

Hey,
São paulo,
Terra de arranha-céu,
A garoa rasga a carne,
É a torre de babel,

Famíla brasileira,
Dois contra o mundo,
Mãe solteira,
De um promissor,
Vagabundo,

Luz,
Câmera e ação,

Gravando a cena vai,
Um bastardo,
Mais um filho pardo,
Sem pai,

Ei,

Senhor de engenho,
Eu sei,
Bem quem você é,
Sozinho, cê num guenta,
Sozinho,
Cê num entra a pé,

Cê disse que era bom,
E a favela ouviu, lá
Também tem
Whiski, red bull,
Tênis nike e
Fuzil,

Admito,
Seus carro é bonito,
É,
Eu não sei fazê,
Internet, video-cassete,
Os carro loco,

Atrasado,
Eu tô um pouco sim,
Tô,
Eu acho,

Só que tem que,

Seu jogo é sujo,
E eu não me encaixo,
Eu sô problema de montão,
De carnaval a carnaval,
Eu vim da selva,
Sou leão,
Sou demais pro seu quintal,

Problema com escola,
Eu tenho mil,
Mil fita,
Inacreditável, mas seu filho me imita,
No meio de vocês,
Ele é o mais esperto,
Ginga e fala gíria,
Gíria não dialeto,

Esse não é mais seu,
Hó,
Subiu,
Entrei pelo seu rádio,
Tomei,
Cê nem viu,
Nóis é isso ou aquilo,

O quê?,
Cê não dizia,
Seu filho quer ser preto,
Rhá,
Que irônia,

Cola o pôster do 2Pac ai,
Que tal,
Que cê diz,
Sente o negro drama,
Vai,
Tenta ser feliz,

Ei bacana,
Quem te fez tão bom assim,
O que cê deu,
O que cê faz,
O que cê fez por mim,

Eu recebi seu tic,
Quer dizer kit,
De esgoto a céu aberto,
E parede madeirite,

De vergonha eu não morri,
To firmão,
Eis me aqui,

Voce não,
Se não passa,
Quando o mar vermelho abrir,

Eu sou o mano
Homem duro,
Do gueto, brow,

Obá,

Aquele loco,
Que não pode errar,
Aquele que você odeia,
Amar nesse instante,
Pele parda,
Ouço funk,

E de onde vem,
Os diamante,
Da lama,

Valeu mãe,

Negro drama,
Drama, drama.

Aê, na época dos barraco de pau lá na pedrera onde vcs tavam?
O que vocêis deram por mim ?
O que vocêis fizeram por mim ?
Agora tá de olho no dinheiro que eu ganho
Agora tá de olho no carro que eu dirijo
Demorou, eu quero é mais
Eu quero até sua alma
Aí, o rap fez eu ser o que sou
Ice blue, edy rock e klj, e toda a família
E toda geração que faz o rap
A geração que revolucionou
A geração que vai revolucionar
Anos 90, século 21
É desse jeito
Aê, você saí do gueto, mas o gueto nunca saí de você, morou irmão
Você tá dirigindo um carro
O mundo todo tá de olho ni você, morou
Sabe por quê?
Pela sua origem, morou irmão
É desse jeito que você vive
É o negro drama
Eu não li, eu não assisti
Eu vivo o negro drama, eu sou o negro drama
Eu sou o fruto do negro drama
Aí dona ana, sem palavra, a senhora é uma rainha, rainha
Mas ae, se tiver que voltar pra favela
Eu vou voltar de cabeça erguida
Porque assim é que é
Renascendo das cinzas
Firme e forte, guerreiro de fé
Vagabundo nato!

























Racionais MC's

domingo, 3 de abril de 2011

Despertar de uma paixão!





















Das madrugadas gélidas,
Que abrasam meu peito,
Guardo, com louvor de quem ama,
Uma lembrança sincera:
Os teus Olhos, cor de mel,
Daquela tarde apaixonante.










Amauri Jr.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ser Errante!









Por que há de ser Deus,
Quem irá punir minhas vontades insaciáveis?
Será que eu, Ovelha Desgarrada, serei condenado
Às chamas ardentes, pelo Cordeiro do Senhor
Por ser eu, simplesmente um humano?
Se os meus os erros são de mim mesmo,
As virtudes sagradas são de Ti mesmo;
Tu Tens em tua essência o dom do perdão,
E eu tenho em meu sangue a humildade de me redimir.
Que farei, Deus meu,
Para descansar no repouso da luz
De tuas asas douradas?
Se tanto tenho feito para este intento
E quanto mais faço,
Mais percebo minha condição de errante. 










Morais Oliveira.