Erram entre os esgotos sujos e barracos de pau
Os reis que tem a arte na ponta dos pés.
São privados, porém, até do carinho...
Crescem respirando o ar contaminado
Com o cheiro de pneu queimado.
Os olhos observam a morte, raspando a dois centímetros
Da cabeça e do peito...
Tomam banho nos rios poluídos,
Andam por entre emaranhados de armas
De diversos calibres...
Limpando, na camisa, o sangue, que suam,
Para poder mastigar o alimento em decomposição.
Enxergam, vendendo balas nos faróis,
Meninos como eles, em carros do ano.
Sonham, enfim, com a felicidade
Longe do seu lugar e perto do seu lar.
Amauri Morais.
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