quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ser dono de si.
























Quando se aprende a amar
O mundo passa a ser seu.
                                 Renato Russo.



Se nada contento a ti, nem a mim,
Se faça do mundo fim!
Envolva-me teu delicado laço;
Meu sorriso, teu abraço.

E quando de mim não mais sentir,
E ti vir me acudir;
A falta que deveria ser do meu,
Corpo exige o teu.

Já amor de completo me prepondera,
Mais quando eu quisera,
Muito lutar, joga melhor a fera,
Vence minha quimera.

Antes nutria o fim de o mundo querer;
Digere um novo ter.
Cogitando dono de tudo ser,
De tudo abster.

Enxergo-te próximo do meu sonhar,
Desejo em ti valsar.
Envolto no teu mais novo amor
Vi meu erro superar.

                                                       




                                                                                                                                                   Amauri Jr.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sensações!






















Veja se em mim tu és doce,
Fruta mordida, orgasmo!
Sentindo atordoado, amargo,
Língua perdida em tu, mim.
Fervura, quentura, afago.
Sangue borbulhando,
Erva que atordoa, fere.
Trêmula perna, orgasmo!
Sabor de cacau em ti.
                                        
                                 


                                                       Amauri Jr.

A (des) Sina do Nordestino















E não tardam meus sinais de devoção;
Abate-me essa repentina mudança de estação.
Aqui se chama inverno, lá denomina-se verão.
Diferenças que destiguem Metrópole e Sertão.

Ser deste vale de lágrimas é a sina que me ataca;
Fogem em busca de vida, onde o nós desata.
E o homem forte de antes, em flor desabota,
Hoje se humilha em busca de pão, em porta e porta.

E a Deus agradece quando não mais vai ao portão;
Tornando Deus, assim também o seu patrão.
A realidade lhe arrebata a face com outro bofetão,
Quando recebe a sua primeira carta de demissão.

Um povo tão guerreiro que continua a se perder,
Deixando sua terra para em outra padecer.
E espera o verde, de olhos, na terra resplandecer;
Para em devir, poder sim, a lágrima, antes gelada, verter.




                                           
                                      Amauri Morais.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Transformar.






















Mundo: fome, peste, ingratidão.
É isso que o Senhor nos quis destinar?
Somos destinados a fatigar?
Ninguém busca alguma solução!

Tanto poder, mais querem alcançar;
Imagino-nos igual um vulcão
Findar-nos-emos em erupção.
Ouviremos criança prantear.

Deus deu livre arbítrio, pensar!
Os homens construíram mundo cão,
Sua imagem ascederam ao altar!

Todos, tudo, pensam interpretar,
Levando o ser humano a extinção.
Correto mesmo seria transformar.



A Juvimário, companheiro que se reconstrói diuturnamente para não ser engolido pelo sistema capitalista: um jovem da transformação.


                                                       Amauri Morais.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Romântico!


Prefiro mesmo a Liberdade Romântica;
Abdico As Regras Clássicas.
Evidencio o Singular, Subjetivo;
Desprezo o Plural, Universalismo.

Sou homem de escancarar sentimentos,
Não de suprimir minha vontade.
Louvo o deus do vinho: Dionísio;
Apenas respeito a serenidade de Apolo.

Viva ao branco, principalmente ao livre,
Passou-se seu tempo decassílabo.
Entendo-me em minha ebriedade;
Desconheço a palavra sobriedade.

Respeito e seriedade não me tocam.
Paixões fulminantes, vida curta,
Despeito e honestidade me enrolam,
E cantem a vitória, hoje, Romântica.




                  Amauri Morais.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

E se me renego a falar de amores.


E se renego a falar de amores,
Meu amigo íntimo é o choro.
E que seja feita vossa vontade,
Seduz-me muito mais as dores.

Que sinto ao sentir amor?
Quero muito mais amar,
Do que mesmo ser amado.
Desde que não seja insultado.

O amor, belo e desonesto,
Tamanha amplidão de seus valores,
Posso dizer que o detesto,
Todavia vejo nele flores.

Que ser mais sinistro e carrasco;
Que santo mais ilustre refaz;
Faz do meu coração churrasco;
Ao mesmo instante traz-me paz.

Assassino covarde, irresponsável.
Vem com mil grasejos a me felicitar;
Bate-me, me arranha, vem me rasgar.
Depois se constrói tão amável.

Não te amo amor.
Sinto, ao te ver, até pudor.
Mas sou teu servo,
E acredito que serás eterno.

Mas quanto dura a eternidade?
Doenças e escuridão;
Pragas guerras, sangue, destruição.
Eternidade é sinônimo de enfermidade.






      Amauri Jr.

Dormência.


E ao fim de infinda demência,
E minha mente parecer sonífera;
Temo a quem me tem clemência
Ser atacado por desmedida epífora.

E em pequenas epifanias
Deus iluminar meu pranto;
Que me enrole em seu manto.
E que perdoe minhas heresias.

Envolvam-me em chama ardente;
Do pó nasci, ao pó voltarei,
E meus restos ao ar, ao mar, eu destinarei;
Respirando, mergulhando me empreende.

Sinais de mim ao vento;
Sombras de eu ao mar;
Sonhem e lembrem de meu passar;
Relembrem de mim ao relento.





                   Amauri Morais.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O Sereno e a Cama.

Apenas meu riso não é sufuiciente
À demosntração de meu alento.
Grosseiro, me torno recipiente.
Entrego-me a demasiado talento.

Teu carinho me faz tanta falta;
Causa-me logo grande pertubação;
Minh'alma aprecia o toque de sua flauta,
Também a almeja desfigurado coração.

Sonhos perdidos na alvorada.
Sangue corrompido a pertubar
A alma, que infame, desvairada.
E o olho que insiste em lacrimejar.

Meu pulso aumenta a circulação;
Meu corpo sente a dor ausente;
O coração dispara na palpitação;
E te pede um beijo, clemente.

Teus olhos lacrimejam junto aos meus.
Sinto com o peito enlaçado ao busto teu
Pancadas que aceleram olhos teus.
Músculo da vida palpita junto ao meu.

Suor entre os poros, saliva também;
Suavidades, falácia, estancam a mim;
Forças, prazeres, risos de desdém;
Carnes, saberes, sangue quente enfim.




                Amauri Jr.



sábado, 2 de janeiro de 2010

Tempo Bom.


Vento seco, forte, entrecortado;
Folhas verdes, chão, riso demasiado;
Lágrimas de nuvens, exasperado;
Frio, gostosa dormida, apertado.




  Amauri Morais.