Cinzas e pó ao meu redor,
Muito mais cinzas, do que mesmo pó;Envolto nesta pelugem negra,
Insaciável de sangue lânguido,
De meu sangue, que aos poucos desaparece.
Deste árduo e Sumo trabalho
Nem imagino meu sofrer,
E nem posso me dar a esse luxo;
Há tempos meu coração transformou-se em gelo.
Que dirá do calor que falta a aquecê-lo.
Ser o que não sou me veste ao redor de sombras;
Que mais parecem mesmo cinzas, e o pó negro
Cobre-me a face enrubescida de desânimo.
Morais Olveira.