segunda-feira, 5 de abril de 2010

5 de Abril
















          Hoje, quando me vi perdido no meio deste emaranhado de pedras sobrepostas lembrei-me de tudo que tenho vontade de fazer, mas peco teimando em desistir; tudo por medo e vergonha de qualquer taxação de uma sociedade pervertida. Não posso nem sair correndo na chuva, aparando água com a boca, e convidar meus amigos a me acompanharem, até porque duvido muito de que algum deles me acompanhasse.
          Não me deixam sonhar acordado; como eu quero ver o sol amanhecer no meu sonho. Mas proíbem-me. Nem sequer de noite posso sonhar de verdade, nem dá tempo; dormir de madrugada, estudando, acordar cedo para ir entregar os benditos trabalhos. Pelo menos é por uma coisa que gosto, assim é uma das fugas que encontro para não ver mortes em noticiários da televisão, inclusive eu detesto todo tipo de noticiário. Muita camuflagem, sensacionalismo, eles fazem a gente ver a noticia de sua maneira.
          E ainda separaram-me de meu amor por onze quilômetros. Malditos onze quilômetros. Tenho de ficar em casa na semana, e isso me impede de transbordar no seu toque, e sentir feliz ao menos uma vez; mas até disto me proíbem. Restringem-me ao final de semana apenas e só. Aproveito o máximo que posso. Mas o tempo é meu inimigo mais mordaz.
          Que sociedade cretina, e de merda é esta que vivemos? Faça isso se quiser crescer. Leia isso se quiser saber. Que se danem, nem quero saber do que querem que eu saiba. Eu sei o que eu quero, leio o que quero, faço o quero. E assisto o que quero.
          Não inventem nada, eu vivo em outro mundo; imagino outras coisas, que não são as de vocês. Então me vejam e esqueçam que existo é um favor que me fazem. Dormem enquanto estou acordado sonhando de olhos abertos mais uma vez. 






Amauri Morais.

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