sexta-feira, 23 de julho de 2010

Quando valia a pena viver...





         


          Saudoso, a lágrima me desce o rosto quando recordo de meus tempos de infância: riso demasiado, felicidade abundante. Naqueles tempos a vida era circo; tudo e qualquer coisa era picadeiro para o espetáculo cotidiano.
          Antes as pipas eram aviões, ou mais, eram espaçonaves, as nuvens eram planetas, e não eram apenas nove que enfeitavam a via láctea. A lei da gravidade? Ela não existia, nem sabíamos do que se tratava. O vento sempre fazia nascerem asas em nossas costas. Passeávamos entre casas e prédios, sem medo de cair, mas sempre tomando cuidado para não findar como Ícaro.
          Uma vida muita próxima dos sonhos. As vontades se escancaravam, assim, sem pudor. A inocência predominava as mentes que se estendiam à emoção somente. A vida parecia mais uma brincadeira infinda, que independia dos valores dos quais hoje valem.
          Tudo era fácil, todos eram bons diante nossos olhos. As batalhas eram feitas para diversão, não para assassínios. Os sonhos eram para serem vividos e não sonhados. As pessoas para serem amadas e não guilhotinadas. A razão não mexia no quanto se podia imaginar e sentir. Volto saudoso, a ver a lágrima descer novamente em minha face ao me lembrar dos meus velhos, bons tempos de criança.









Morais Oliveira.

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