segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A (des) Sina do Nordestino















E não tardam meus sinais de devoção;
Abate-me essa repentina mudança de estação.
Aqui se chama inverno, lá denomina-se verão.
Diferenças que destiguem Metrópole e Sertão.

Ser deste vale de lágrimas é a sina que me ataca;
Fogem em busca de vida, onde o nós desata.
E o homem forte de antes, em flor desabota,
Hoje se humilha em busca de pão, em porta e porta.

E a Deus agradece quando não mais vai ao portão;
Tornando Deus, assim também o seu patrão.
A realidade lhe arrebata a face com outro bofetão,
Quando recebe a sua primeira carta de demissão.

Um povo tão guerreiro que continua a se perder,
Deixando sua terra para em outra padecer.
E espera o verde, de olhos, na terra resplandecer;
Para em devir, poder sim, a lágrima, antes gelada, verter.




                                           
                                      Amauri Morais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário