Somos reféns do nosso próprio egoísmo;
Reféns de uma natureza impura.
E toda dor que está em devir
Mais é inflamada com a vontade de não senti-la.
E desde sempre estamos entregues
A essa sorte de cão que nos foi restringida.
Mais uma aberração nos estende as garras,
De insensíveis que somos aceitamo-las.
Distantes do equilíbrio que almejamos
E destruindo o que nos faz felizes.
A abolição de todos os fantasmas
Há de demorar muito enfim.
Então vivamos entre eles
Fingindo de ser feliz
Abraçando e dando saudações aos nossos algozes,
De todas as saídas essa é a mais fácil
E ridícula que nós decidimos.
Amauri Morais.
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