quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Despedida de mim.





















Quando segredar-me a solidão,
E me haver perdido as esperanças,
Nenhum pranto se faça ouvir
A inundar meu coração.

Nem padeça por mim, meu Amor!
A ti entreguei toda minha vida.
Agora há de prantear novamente,
Não vale teu lamentável clamor.

Deixo apenas minhas palavras
A quem dorme em minha memória.
E aos que me amam sem nada querer.
Nem de mim nenhuma vez reclamara.

Que logo venha o verão,
Quando nele se figure,
Flores de abril viçosas
Em meu recanto de fim.

Não se lance tristemente
Olhares dormentes em mim,
Retinas lá estacandas
Que me vêem secamente.

Apenas quero um desejo:
Que na minha despedida
Possam-se escutarem
A voz daquele Manfredo.





Amauri Morais

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