quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Quando tento me perder, me acho.






















Quando tento me perder, me acho,
Quando tento deixar, me faço.
E tanto faz ganhar ou perder;
Melhor ser, do que ter.

Não finjo nada, sempre sou,
Não julgue antes de ser julgado,
Atirar pedra é fácil, magoou,
Quem não tem pecado?

Que sabor tem o beijo obscuro?
Sendo de boca antes de escarro?
Fingir não é meu tesouro,
De quem me bateu não quero afago.

Aludir a quem desespera, jamais,
Nem mesmo um instante de euforia.
Melhor, acho eu, chorar onde jaz
Algum amigo que de mim ria.

E se nenhum amigo me sobrar,
Então me entrego a solidão,
Abdico o que mais me faz sonhar,
Mas jamais vou unir-me a ingratidão.

Em um instante foi-se um amigo,
Deveras, não entendo a traição,
Assim tornamos-nos inimigos,
Levando um ou dois a destruição.

Será que a felicidade reside em humilhar?
Será que a virtude pode existir?
Será que o afeto pode procriar?
Será que o bem ainda pode resistir?

Enfim, se não existir a mim,
Perco-me debalde na esperança.
Volto a meu ser enfim,
Posso ser mais uma vez criança.





Amauri Morais.

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